domingo, 25 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher



Atualmente, cerca de metade da população do mundo é composta de mulheres. Porém, apesar da longa história de lutas pela sua emancipação pessoal e profissional, grande parte delas não tem garantidos os seus direitos.
A abordagem da questão da mulher torna-se uma importante possibilidade de estudo  da história,  os momentos históricos quando relatados levando-se em conta a experiência vivida pela mulher poderá mudar as interpretações até então postas.
A questão de gênero quase nunca é tratada nos livros didáticos ou quando é, aparece como citação e ilustração sem se configurar como uma importante categoria de analise histórica.
 O movimento das mulheres na história, está intimamente vinculado  às contradições do discurso masculino e a construção de uma história centrada na figura do homem,  tanto como ator quanto como autor.


A submissão feminina foi ao longo do tempo sendo construída e rever como o feminino e o masculino interagem em cada contexto histórico pode ser um novo caminho a ser percorrido pelos historiadores, como afirma Cartier, “o essencial não é então, opor termo a termo, uma definição histórica e uma definição biológica da oposição masculino/feminino, mas sobretudo identificar, para cada configuração histórica, os mecanismos que enunciam e representam como "natural", portanto biológica, a divisão social, e portanto histórica, dos papéis e das funções.”
O papel social da mulher ao longo da História sempre esteve intrinsicamente ligado ao desenvolvimento da subsistência humana, no período dos caçadores do Neolítico a sobrevivência exigia uma divisão lógica do trabalho e grande coesão entre macho e fêmea.


Com a sedentarização e desenvolvimento da agricultura surgiu uma prática de casamentos precoces, visando um máximo de filhos, em clara resposta ao grande volume de mão-de-obra que as múltiplas tarefas agrícolas requeriam. Na antiga Grécia, a mulher não só gerava, amamentava e criava os filhos. Era também encarregada de tudo o que se ligava à subsistência do homem: fiação, tecelagem, alimentação. Exercia também trabalhos pesados, como a extração de minerais e o trabalho agrícola.


Entretanto, o trabalho doméstico e os trabalhos manuais não eram valorizados, sendo exercidos pelos escravos. Aos homens livres estavam reservadas as atividades consideradas mais nobres na pólis grega: a política, a filosofia, as artes. Assim, excluídas das funções públicas e distantes do mundo do pensamento e do conhecimento, as mulheres de Atenas ocupavam posição equivalente à dos escravos, já que ser livre era, primeiramente, ser homem e não mulher, ser ateniense e não estrangeiro, guerrear ou fazer política e não trabalhar com as mãos.


As mudanças sociais e econômicas, a necessidade de mão-de-obra, principalmente após a Revolução Industrial, vieram colocar a mulher no mercado de trabalho, retirando-a das funções restritas à esfera doméstica e maternal. O processo acentuou-se no final do século XIX e a partir das duas guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945). Foi então que, na ausência dos homens envolvidos na guerra, as mulheres passaram a prover a família com seu trabalho.
Nesse período também  se acentuou  a luta pelos direitos políticos da mulher, como o direito de votar.


 Uma das principais conquistas da classe trabalhadora no final do século XIX foi o sufrágio universal, ou seja, o direito ao voto para todos os cidadãos, consolidado por reformas legislativas que eliminaram o voto qualificado por renda. Entretanto, essa luta pelos direitos democráticos não incluía o voto feminino. O direito de votar foi uma causa específica que mobilizou mulheres de todas as classes, demandando organização e paciência. Prolongou-se, nos Estados Unidos e na Inglaterra, por sete décadas. No Brasil estendeu-se por quarenta anos, a contar da Constituinte de 1891.


O sufragismo, enquanto movimento, iniciou-se nos Estados Unidos em 1848. Denuncia a exclusão da mulher da esfera pública, num momento em que a expansão do conceito liberal de cidadania já abarcava os negros e os destituídos de renda.  A luta pelo voto feminino pode ser considerada um dos maiores movimentos de massa do século XX, já que mobilizou no ápice das campanhas até dois milhões de mulheres, nas palavras de Cartier, “ presencia o significativo engajamento de mulheres na ação política e na produção do discurso público, ao mesmo tempo em que se dá a sua exclusão da cidadania.”


Ao estudar como uma cultura feminina se constrói no interior de um sistema de relações desiguais, como esconde as falhas, como reascende conflitos, é possível verificar novos enquadramentos de tempos e espaços, suas particularidades e relação com  toda a sociedade.
Para iniciar esta discussão com os alunos da EJA foram realizadas perguntas sobre  o papel da mulher, o que faz emergir o protagonismo feminino em todos os campos e os meios utilizados para que sua atuação seja valorizada.


1-Que campos profissionais a mulher passa estar presentes na atualidade?
2-A mulher deixa de exercer o papel de responsável pelo trabalho doméstico e cuidado com os filhos? O que todas estas demandas do trabalho feminino gera de transformação social?
3-Diante da diversidade de papeis, o que é ser mulher?
Como resultado foi realizado um vídeo com as frases das alunas sobre o que é ser mulher e suas respectivas fotos.

Realizado pela Profª Núbia.